Compositor: Anna-Varney
Ali aquela pequena montanha cresce ao passo que outra se dissolve em planície. O tempo redefine-se e cai melancolicamente de grão em grão...
“O tempo, meu querido, cura todas as feridas”,o eco de duas línguas parece dizer. Mas nada, nada muda aqui, os resquícios da dor permanecem, não desaparecem.
"Eu fui fraco, como eu envelheci, o tempo foi me tornando lento...- como eu fechei minhas mãos na escuridão, passam mil estações..."
Poderosas o suficiente para cobrir tudo e cruel o suficiente para revelar, mas todas feridas e cicatrizes que eu carrego sem força ou beijos podem alguma vez curá-las.
Não, o tempo não cura nada, nada, nada...- afasta-se gargalhando com malevolência... Deixando-o partido ao meio e em desafio apenas adicionou outra cicatriz...
Chame-o secretamente enquanto eu me contorço, contando horas, séculos...- a dor cresce e arde em torrentes,incapaz de desaparecer, relutante em cessar...
Não, o tempo não cura nada, nada, nada...-empurra até estarmos imersos em corpos distintos. O tempo não cura nada, nada, nada. Petrificado com um pouco de vergonha inominável...
"O tempo crava suas garras, estou perdendo as forças, não há esperança para mim na terra. Talvez o tempo continue lento ou passe rapidamente... -em qualquer caso, ele fará pior..."
O tempo é breve, o tempo permanece, não para pra ninguém, e estamos presos nele, e pensei que eu poderia sonhar com a luz, ele esta caindo novamente nas trevas…
"Como eu queria que eu estivesse morto e finalmente descansar em paz... -mas até mesmo a luxúria da morte não pode curar as feridas que o tempo não curou..."